sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Chacina de índios da região de Brusque completa um século - Paulo Vendelino Kons

Texto escrito por Paulo Vendelino Kons - 20 de Janeiro de 2006

O ataque liderado pelo terrível Martinho Bugreiro contra os índios remanescentes da região de Brusque, há 100 anos, ainda desperta controvérsias e questionamentos. São heróis, justiceiros, matadores de aluguel ou frios assassinos os matadores de índios? Conhecidos por bugreiros, tinham o apoio de parte significativa da comunidade brusquense, inclusive da Prefeitura (então Superintendência Municipal). Leia mais

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

TV Pública e TV Mercantil - Emir Sader

A polarização imposta pelo neoliberalismo – estatal x privado - como acontece com quem reparte, fica com a melhor parte – a esfera privada –, mas para isso tem que fazer desaparecer o essencial – a esfera pública. A primeira armadilha montada pelo neoliberalismo é a camuflagem ... (clique aqui e leia na íntegra)

Ensino Médio - 1ª Série

O termo "meridiano" vem do latim "meridies", que significa "linha que une os lugares que têm o meio-dia ao mesmo tempo". O meridiano internacional de longitude igual a 0 é aquele que passa pelo Observatório de
(a) Palomar, no México.
(b) Monóceros, no Brasil.
(c) Alma, no Chile.
(d) Greenwich, na Inglaterra.
(e) Lisboa, em Portugal.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Carta do Chefe Seattle

"O que ocorrer com a terra,

recairá sobre os filhos da terra.

Há uma ligação em tudo."

Carta enviada pelo Chefe Seattle da tribo Suquamish, do Estado de Washinton, ao presidente dos Estados Unidos Francis Pierce em 1855, em resposta à proposta do Governo de comprar as terras ocupadas por seu povo, considerada como o maior manifesto ecológico de todos os tempos.

O grande chefe em Washington diz que deseja comprar nossa terra. O grande chefe também nos envia palavras de amizade e boa vontade. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade, mas vamos considerar sua oferta. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem. Como poderíamos comprar ou vender o céu, o calor da terra? A idéia é estranha para nós. Se não possuímos o frescor do ar e o cinti­lar da água, como vocês poderiam comprá-los? Será que a terra é sua para fazer com ela o que quer, simplesmente porque o homem vermelho assina um pedaço de papel e o entrega para o homem branco? Todas as partes da Terra são sagradas para o meu povo. Cada folha brilhante de pinheiro, cada praia areno­sa, cada névoa nas florestas escuras, cada clareira e cada inseto que zune são sagrados na memória e na experiência de meu povo. A seiva que corre pelas árvores carrega as memórias do homem vermelho. Portanto, quando o grande chefe de Washing­ton diz que quer comprar nossa terra, ele pede muito de nós.

Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, depois de exauri-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. ...Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem ver­melho um selvagem que nada compreende.

Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na prima­vera ou o zunir das asas dos insetos. Talvez por ser um selva­gem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o ho­mem branco se importe com o ar que respira. Como um mori­bundo, ele é insensível ao mau cheiro.

Ouvi histórias de mil búfalos apodrecendo na campina, deixados pelo homem branco que atirou neles de um trem que passava. Eu não compreendo. Para nós, as feras são nossas irmãs. O que é o homem sem os animais? Se todas as feras se fossem, o homem mor­reria de uma grande solidão espiritual. Pois o que quer que ocorra com a fera, logo ocorre com o homem. Isto nós sabemos: todas as coisas estão conectadas. Qualquer coisa que aconteça com a Terra, acontece com os filhos da Terra. O homem não tece a teia da vida; ele é simplesmente uma corrente nela. O que quer que ele faça para a teia, faz para si mesmo. Mas consideraremos sua oferta de ir para a reserva que você preparou para o meu povo. Nós viveremos à parte, em paz. Uma coisa nós sabemos e que o homem branco pode desco­brir um dia - nosso Deus é o mesmo Deus. Você pode pensar agora, que o possui quando deseja ter nossa terra, mas você não pode.

Ele é o Deus do homem, e sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o branco. Esta terra é preciosa para ele e ferir a terra é desonrar seu Criador. Os brancos também passarão, talvez mais cedo do que todas as tribos. Continuem a contaminar seu leito, e uma noite vocês irão sufocar-se em sua própria devastação. Porém, ao sucumbir, você irá brilhar vivamente, iluminado pela força do Deus que o trouxe a esta terra e por alguma finalidade especial concedeu-lhe domínio sobre esta terra e sobre o homem vermelho. Para nós, esse destino é um mistério, pois não compreendemos como os búfalos são todos massacrados, os cavalos selvagens são domesticados, e a visão das colinas estão obscurecidas pelos fios elétricos. Onde estão as matas? Foram-se. Onde está a águia. Foi-se. E o que é dizer adeus ao veloz pônei e à caça? O fim do viver e o início do sobreviver. Por isso consideraremos sua oferta de comprar a terra.

Se consentirmos, será para assegurar a reserva que nos prometeu. Ali, quem sabe, possamos viver nossos breves dias como desejamos. Quando o último homem vermelho houver partido desta Terra, e sua memória for apenas a sombra de uma nuvem movendo-se pelas pradarias, estas praias e florestas manterão ainda o espírito do meu povo. Pois eles amam esta Terra como um recém-nascido ama as batidas do coração de sua mãe. Por isso, se vendermos nossa terra, ame-a como nós a amamos. Cuide dela como nós cuidamos. Mantenha em sua mente a memória da terra como ela era quando você se apropriou dela. E preserve-a para seus filhos, e ame-a, assim como Deus nos ama a todos. Nosso Deus é o mesmo Deus. Esta Terra é preciosa para ele. Mesmo o homem branco não pode estar isento do destino comum. Depois de tudo, talvez, nós podemos ser irmãos.

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